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O Coração do Líder

 

AVALIANDO A MOTIVAÇÃO

Pensar acerca do coração do líder é, sem dúvida, um grande desafio. Liderar é a arte de cuidar e guiar pessoas até um determinado fim. Para o líder cristão, a arte de liderar envolve cuidar e levar pessoas a se moverem em busca de glorificar a Deus com suas vidas, partindo das suas motivações e refletindo em suas ações. Ou seja, é levá-las a praticar o que Paulo fala em 1º Coríntios 10:31.

“Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”.

Guiar pessoas na motivação correta se apresenta como uma grande responsabilidade para nossos dias, pelo fato de que, enquanto líderes, nós mesmos temos que lutar contra as motivações pecaminosas do nosso coração. Talvez até pareça que não, mas, lembremos o que afirma Jeremias 17:9 “ Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas”.

            Como seres pecadores, uma das maiores lutas que travamos enquanto líderes é contra o desejo de obtermos a glória para nós mesmos. Pois muitas das vezes nossas ações se baseiam na motivação de sermos percebidos, vistos, reconhecidos. E tais desejos nada mais são do que a intenção disfarçada de roubar de Deus, a        glória que pertence somente a Ele.

Vejamos o texto Bíblico que nos remete ao pecado de um rei tirano e opressor. O rei da Babilônia, que no seu coração orgulhoso desejou ser como Deus.

Rei da Babilônia, brilhante estrela da manhã, você caiu lá do céu! Você, que dominava as nações, foi derrubado no chão Antigamente você pensava assim: “Subirei até o céu e me sentarei no meu trono, acima das estrelas de Deus. Reinarei lá longe, no Norte, no monte onde os deuses se reúnem. Subirei acima das nuvens mais altas e serei como o Deus Altíssimo”.

 (Isaías 14:12-14)

Observe que o pecado deste rei assemelha-se bastante com a motivação dos nossos corações: “Subirei até as nuvens mais altas”. Talvez não seja fácil fazer auto – crítica, mas, muito do que nos move na liderança é o desejo de “Subir até as nuvens mais altas” recebendo reconhecimento, honra, notoriedade.

É importante frisar que muitos estudiosos atribuem este texto à queda de Lúcifer. Visto que “no discurso profético hebraico, não é incomum de passar descrição de acontecimentos humanos para descrições de eventos celestes que lhes sejam análogos e que os acontecimentos terrenos retratem de modo limitado.” 1 . Mas sendo ou não uma referência a Satanás, o fato é que este pecado desagrada tanto a Deus que no versículo 15, o Senhor faz uma promessa ao rei orgulhoso.

“ Contudo, serás levado ao Sheol, ao mais profundo abismo”.

Podemos entender melhor essa promessa a esse rei orgulhoso quando lemos o que o que Deus fala em Isaias 42:8:

“Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei”

O que podemos perceber é que Deus não está disposto a dividir sua glória com ninguém. Desejar receber o que somente a Ele pertence, é afrontar a sua glória e Santidade.

Muitas vezes fico a pensar no movimento cristão pós moderno, onde a Egolatria (Adoração do EU) tem invadido muitas das nossas igrejas, gerando lideranças hipócritas, que esbravejam “santidade” e “humildade” mas que no fundo do seu Ser está, na verdade, o desejo de “ Subir até as nuvens mais altas”. O verdadeiro Ser adorado por essas lideranças é o seu ventre e não o Rei dos reis.

Quando penso nas oportunidades de auto promoção que Paulo rejeitou, fico a pensar quantos de nós teríamos a humildade necessária para agir como ele.  À exemplo do que aconteceu em Listra, em Atos 14, quando Paulo cura um homem defeituoso e a multidão começa a querer adorar Paulo e Barnabé, estes, ao invés de se gloriarem e “tirar selfie” para postar nas redes sociais da época, rasgaram suas vestes e puseram-se no meio da multidão gritando

“Homens, porque estais fazendo isso? Nós também somos homens, da mesma natureza que a vossa, e vos anunciamos o evangelho para que vos afasteis dessas práticas inúteis e vos volteis para o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo que neles há”. (V15)

Ao pensar que todos os holofotes estavam voltados para eles, mas mesmo assim eles não se gloriaram, antes reconheceram sua humanidade (“Somos homens, da mesma natureza que a vossa”) e apontaram para aquele que verdadeiramente os usava e que de fato curou aquele homem. Eles apontaram para o “Deus vivo e Criador do céu, da terra, do mar e tudo que neles há”.

Como João Batista o faz ao responder seus discípulos que estavam em crise, devido fato de muitos estarem seguindo Jesus, João responde:

“ É necessário que Ele cresça e eu diminua” João 3:30

Paulo, Barnabé, João Batista e tantos outros, foram por muitas vezes tentados a se orgulharem ou a “Subirem até as nuvens mais altas”. Porém, não permitiram a si próprios tentar roubar a glória que o Senhor jamais “dará a outro”.

Como líderes cristãos precisamos continuamente avaliar nossos corações, a fim de não cairmos no pecado da Egolatria Não somos chamados para construir nosso nome, mas para fazer o nome de Jesus conhecido.

É o sentimento que Deus estará sendo glorificado ao nos alegrarmos inteiramente nele e na sua vontade que deve mover nossos corações a fazer o que fazemos e falar o que falamos, ou mesmo, postar o que postamos.

Que a cada dia “Ele cresça” e nós diminuamos. Para que o nome dele seja glorificado muito além das “nuvens mais altas”.

Por Natan de Jesus

Pastor da Igreja da Morada